ESCOLAS BILÍNGUES
Diante do constante crescimento da
globalização, o domínio de outros idiomas faz-se necessário. Assim, a
preocupação em desenvolver este domínio cresce a cada dia, principalmente entre
os pais de crianças ainda em idade inicial, isto é, a partir dos dois anos de
idade. Ou seja, muito se fala sobre a possibilidade de matricular crianças em
uma escola bilíngue, porém, para aqueles que são leigos no assunto e,
consequentemente, vão em busca de esclarecimentos, parece que a questão
torna-se complicada em função do excesso de opiniões e da diferença de pontos
de vista. Assim, fizemos contato com especialistas na área para procurar
colaborar de forma mais clara com as intenções de quem pensa a questão.
Por exemplo, em contato com a
especialista Dirce Maioli,
Psicopedagoga vinculada à Secretaria da Educação de São Paulo, e quanto à
possibilidade de se colocar a criança em escola bilíngue, ela diz que do ponto
de vista cognitivo, pode-se considerar como fatores positivos: o contato com as
atividades, principalmente as 'brincadeiras', pois quanto mais contato a
criança tiver com as atividades(bilíngues), a tendência será desenvolver mais
ainda a capacidade cognitiva ; dar preferência às atividades típicas desta fase
considerando que as práticas com objetos reais são mais importantes uma vez que
garantem a assimillação do pensamento abstrato. Sendo que os negativos, em
princípio, seriam o contrário do citado acima. Já do ponto de vista emocional,
e considerando os fatores positivos: valorizar as várias formas de
atividades, incluindo aí as afetivas(...), que facilitarão a assimilação de uma
'nova' linguagem ; a duração de cada atividade deve ser de 30 minutos no
máximo, conclui Dirce Maioli.
Em um outro contato com a
especialista Drª Cíntia Alves Salgado
Azoni, Doutora em Ciências Médicas/Unicamp e Pesquisadora Disapre e Ciapre,
ela afirma que os pontos positivos do bilinguismo são: o ambiente em
que a criança é colocada para praticar as duas línguas, pois colabora muito
para o bom desenvolvimento 'neuronal' ; os educadores infantis devem ter a
capacidade de compreender o desenvolvimento da linguagem da criança a fim de
promover estratégias educacionais apropriadas na condução da aprendizagem e o
melhor desempenho das crianças. Por outro lado, e considerando como ponto
negativo, "é importante observar que crianças com atrasos ou distúrbios na
aquisição e desenvolvimento da linguagem são aquelas com maiores fatores de
risco, ou seja, pode ser prejudicial a aprendizagem de uma
segunda língua, antes que desenvolvam adequadamente a língua materna",
complementa a Drª Cíntia A.S.Azoni.
Vale complementar citando os comentários
de quem vive o dia-a-dia em uma escola bilíngue, assim, trazemos o ponto de
vista de Érica
Moreira Ferreira, Coordenadora Acadêmica da Maple Bear Campinas. Para Érica
M.Ferreira, o que deve ser considerado como prós, é que entre os
dois e quatro anos de idade, toda a estrutura física da criança está em
formação, desde o desenvolvimento da fala até o desenvolvimento neurológico,
assim, é o momento de favorecer a pronúncia das palavras de forma apropriada.
Já como contras, seria colocar a criança que nunca viveu a
experiência bilíngue em uma escola bilíngue já com seus seis aninhos, período
em que começa o processo de alfabetização em duas línguas, pois seria
muito constrangedor à criança uma vez que ela já possui a
consciência de que as duas línguas existem e de que os colegas poderão perceber
seus erros de pronúncia ou pouco vocabulário.
Em resumo, diante da importância do
assunto já que envolve questões globais, é necessário analisar e colher esses
dados para, então, se tomar uma decisão.
Acredita-se, pois não existem dados
oficiais, que atualmente funcionem 110 escolas bilíngues no Brasil, sendo que
São Paulo concentra 80% dessas escolas.
(Daniel Araújo-colaborador/administrador do site)
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