INTUIÇÃO E FORMAS DE CONHECIMENTO


INTUIÇÃO E FORMAS DE CONHECIMENTO 

Do ponto de vista filosófico é sempre oportuno destacar como se descrevem outras formas de conhecimento além da própria filosofia e da ciência. Ou seja, a filosofia se reconhece como forma de conhecimento que vem depois de outras formas como por exemple o mito, a religião e o senso-comúm. Já no período antigo quando do nascimento da filosofia, os primeiros filósofos procuraram distinguir as formas antigas de se conhecer do homem, entre si, e em comparação à filosofia. A primeira distinção pode-se considerar entre as noções de razão e intuição. Isto é, tomando a razão como sendo o critério filosófico, então, é necessário defini-la como sendo a preocupação em justificar e fundamentar, através de demonstrações lógicas e coerentes, o que se afirma ou nega. Portanto, tomar como critério a razão, implica dizer que é usar métodos e procedimentos analíticos que objetivam a fundamentação e a justificativa por meio de demonstrações que apresentem nexo-causal, imbricação mecânica, coerência lógica, razoabilidade, etc. Porém, neste artigo, o que interessa é a descrição de formas de conhecimento que tomam como critério a intuição. Assim, daremos destaque às três formas já indicadas acima, mito, religião e senso-comúm 
Sobre o mito, pode-se afirmar que é a forma de conhecimento mais antiga usada pelo homem, principalmente pelas primeiras comunidades ou clâs no período arcaico ou um pouco antes ainda. Como é possível constatar através de evidências ou mesmo mitos que foram ‘contados’ pelos antepassados, essas comunidades tomavam a noção de mito já em sua definição primeira e a mais primária. Ou seja, mito como forma de compreensão do mundo, isto é, como forma de explicação sobre a origem da vida. Assim, temos as cosmogonias que se baseiam na intervenção divina e nas relações entre as divindades para com a criação do mundo. Assim como o uso de metáforas fantásticas e fantasiosas em forma de aproximações que supostamente explicam as relações contidas na realidade. Ou seja, do ponto de vista da descrição ou definição filosófica, o mito é uma forma de explicar e/ou narrar considerada atenuada ou contida de explicação quando em comparação à forma de explicar que toma os critérios da razão(ou intelecto). O mito consegue, no máximo, representar a ‘verossimilhança’, ou seja, usar de forma ‘direta’ para narrar o que está presente na realidade, porém, é um uso não consciente ou proposital(...). É oportuno comentar sobre as narrativas míticas mais famosas, como por exemplo ‘o nascimento do amor’ em que a trama está constituída por metáforas ou aproximações envolvendo relações entre deuses e mortais para ‘explicar’ o amor presente nas relações humanas reais.  
Sobre a religião, ainda que constituida por narrativas míticas como a bíblia por exemplo, defini-se de forma diferente. Ou seja, do ponto de vista da filosofia, religião significa a crença em uma entidade sobrenatural assim como o uso de técnicas para garantir(de forma intuitiva) ‘atingir’ essa mesma entidade sobrenatural para que, então, supostamente, seja salvo. Ou seja, o uso de técnicas implica na efetivação de atividades ou procedimentos como a oração, o culto, o serviço social da igreja, a missa, o louvor, etc, que representando a fé interior e pessoal de cada um, ou então, a união da fé de muitas pessoas como por exemplo na igreja, se atinja o altíssimo, magnânimo e benevolente(Deus) para que assim salve o fiel ou fiéis(...), Seja a salvação na realidade imediata em vida, assim como a salvação após a morte.   
Sobre o senso-comúm, também tratado pela filosofia já no período arcaico, remete-nos ao sentido mais simples e primário da compreensão das coisas. Ou seja, é o plano geral e comum assim como o plano de inteligência primário. Logo, é a noção de compreensão das coisas por parte das pessoas simples, isto é, das pessoas que ainda não desenvolveram o senso crítico e a razão racionalizada. Pessoas com inflexão analítica muito curta e reduzida. Pessoas que tomam as explicações e/ou compreensão mais simples das coisas como sendo a certeza e a verdade. Ou ainda, conceitos obscuramente representados se comparados aos conceitos representados pela razão racionalizada. Vale ressaltar que a filosofia não deixa de reconhecer que, também, parte do senso-comúm para iniciar suas investigações e concomitantes explicações das coisas. Ou seja, o senso-comúm é tido como um plano de inteligência primária sobre as coisas, plano que, através do qual, é possível chegar às explicações e compreensões mais refinadas do plano intelectual desenvolvido. 
Em suma, analisando as três formas acima descritas, é possível concluir que todas elas tomam como critério a intuição. Portanto, tomam como critério um sentido que não requer fundamentação e justificativa plausíveis, ou seja, afirma ou nega relações sem a preocupação de demonstrar onde se localizam o nexo causal, as imbricações mecâncicas, a coerência lógica, a verossimilhança, etc. Ou, visto por outro lado, o sentido da intuição faz uso de aproximações, procrastinações, superstições, idiossincrasias, falácias, reducionismo absurdo, etc.   
(Daniel Araújo-Colaborador/administrador do site/blog) 


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